FASCINANTE

10/03/2016

O AMOR POR VEZES CAUSA DURAS DECEPÇÕES

"Coração de mãe nunca se engana"...
Nem sempre... A vida nos prega muitas peças...
Osculos e amplexos,
Marcial

Certamente por causa do amor, acabamos sofrendo algumas duras decepções na vida  e inclusive,costuma-se dizer que o amor de mãe é cego, e a tudo perdoa, porque para as mães, de modo geral, suas crianças sempre serão perfeitas, e nada farão de errado, e que muitas vezes chegam a fechar os olhos para não ver certas barbaridades cometidas por seus rebentos, sempre procurando atribuir a culpa a terceiros, já que "meu filho não seria capaz de fazer isso...", mas muitas vezes, é sim, e por causa desse ponto de vista muitas pessoas jamais se corrigem...

Podemos considerar que  tal julgamento é um tanto quanto falho, pois todas as pessoas são passíveis de erros (nossos filhos inclusive), e na verdade,  não é “exclusividade maternal”,  já que todos nós temos uma tendência natural para jogar com dois pesos e duas medidas, dependendo de quem cometeu este ou aquele erro, pois o julgamento muda  se é alguém de quem gostamos ou não. E invariavelmente faremos o prato pender a favor do lado que conta com nossa simpatia. Sempre com a tradicional frase: "Fulano eu conheço, é gente de bem. Agora o outro, nem sei quem é..."

Isso pode nos levar a muitos erros, eis que a simpatia pessoal sempre poderá atrapalhar qualquer julgamento. Em nossa opinião, nossos amigos serão incapazes de atos falhos. E nem sempre tal maneira de pensar estará correta, sendo  necessário que haja isenção de ânimo para que se possa julgar quaisquer atos.

Aliás, isso é reconhecido pela Justiça, quando da escolha dos jurados que irão decidir os destinos de algum réu. Eles não podem sequer ser conhecidos remotos da pessoa a ser julgada.
Recebi de meu amigo L'Inconnu, uma frase que vem a calhar para o assunto em pauta:
"As pessoas que mais gostamos, são as que mais nos decepcionam, pois pensamos que são perfeitas e esquecemos que são humanas."

E isso é algo que jamais poderemos esquecer, pois o erro é inerente à nossa condição humana, e assim, todos somos sujeitos a fazer alguma besteira. Todos somos basicamente honestos, mas muitas vezes a tentação é forte demais para nossa condição humana, e poderemos cometer algum deslize. Os outros erram, ou fazem sacanagem, nós, ou nossos amigos apenas cometemos eventuais deslizes.  Imbuídos dessa certeza, saberemos que aqueles a quem amamos também estão classificados como humanos, e passíveis de erros. Mas quando estes acontecerem, nossa decepção sempre será dobrada.

Essa falha de julgamento é um dos erros que mais frequentemente cometemos. Muitas vezes preferimos encobrir coisas erradas, pelos laços que nos ligam a pessoas culpadas, e esse não é um procedimento correto, pois nada mais justo do que aquele que errou, pagar por seus erros, seja ou não alguém de nossas relações.

Aquele que disser que jamais cometeu um ato falho, ou alguma infração, direi estar diante de alguém que não nasceu ainda, ou então de um grande mentiroso que, por sua mentira está incorrendo em nova infração.

Não é somente de crimes, roubos, peculatos, adultérios, apropriações indébitas, propinas, subornos, ocultação de provas, cujas punições estão previstas pelo Código Penal, que é composto o mundo de “crimes” usualmente cometidos.

Também podemos falar em “cola” nas provas escolares, subornos de guardas de transito, mentiras contadas aos pais, irmãos, chefes, etc... Isso sem falar nas famosas propinas que andam tanto em evidencia...E assim vai... Todos sabemos o que já fizemos na vida. Portanto, perfeição não existe. E o fato de também sermos passíveis de erros, confirmando o célebre ditado: HERRAR É UMANO, automaticamente não nos dá direito de julgar aqueles que desejamos condenar.  Podemos, quando muito criticar quem acreditamos estar errado, sujeitando-nos a receber criticas por nosso procedimento, nunca esquecendo que críticas nem sempre são válidas, pois sempre refletem uma opinião pessoal...

Assim sendo, vamos dar a todos o direito de errar, desde que não sejamos prejudicados, pois nesse caso, temos o direito de defender nossos direitos. Mas, fica a ressalva. Uma coisa é criticar e procurar defender nossos interesses na ameaça de sermos lesados, outra coisa é condenar sumariamente aquele que errou.  Por sermos igualmente “umanos”, e portanto sujeitos a “herros”, não temos o direito de julgamentos sumários, e crucificar quem quer que seja, e dessa maneira, indiscutivelmente uma vez apurada a culpabilidade daquele por quem brigamos um dia, apenas por ser uma pessoa querida, aumentará nossa decepção.

Assim, vamos pensar em nossos “herros umanos”, sempre procurando ter UM LINDO DIA,  ao invés de comete-los.

Marcial Salaverry

 

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