FASCINANTE

07/10/2015

DIZEM QUE O AMOR TEM SUAS DORES

Poeticamente, amor rima com dor...
Mas na vida não combina bem...
Amor deve ter ardor, e não dor...
Osculos e amplexos,

Marcial


Dizem que o amor tem suas dores, afirmando que existem duas dores no amor, que doem fundo.
Uma dessas dores pode acontecer quando a relação termina unilateralmente, ou seja alguém termina um relacionamento, mas o amor persiste em um dos lados que, logicamente não se conformará facilmente com o fato de não mais ser amado. Não é fácil acostumar-se com a ausência de quem queríamos a nosso lado. Perguntamo-nos porque fomos rejeitados, não nos conformando por não sermos amados com a mesma intensidade que amamos, mas é algo que é preciso entender, pois não se pode comandar o coração que, aliás, "tem razões que a propria razão desconhece..." e assim sendo, não há o que discutir, e é algo que se deve aceitar, e procurar esquecer...
Mas a verdade é que isso dói fundo em nossa alma. Sentimos falta dos beijos, dos abraços, daquelas ternas carícias, e perguntamo-nos como tanto amor pode acabar, mas, acontece que acabou, e torna-se necessário substitui-lo, para não ficar apenas nas lembranças. Temos que nos dar a chance de viver novamente. Se não foi possível com um amor, será com outro. Não podemos deixar de viver, apesar da dor, que logo poderá ser esquecida...
Por paradoxal que possa parecer, a segunda dor é justamente essa “operação limpeza” que precisamos fazer, pois teremos que esvaziar nosso coração, deletando a saudade que teimosamente lá permanece. Não é muito fácil remover de nosso interior tudo aquilo que lá temos enraizado. Mas é imperioso faze-lo, mesmo que nos doa, pois se não o fizermos, a dor continuará doendo, e não conseguiremos viver um novo amor dessa maneira.
Estranhamente vai nos doer para nos livrarmo dessa dor. Algo como a picada da anestesia que o dentista aplica antes de extrair o dente. O efeito da anestesia ainda permanecerá algum tempo, deixando-nos como que adormecidos... Mas que alívio depois. Assim será a “extração das lembranças perdidas”. Vai doer, mas passa logo, e a vida estará novamente à nossa frente, esperando que a vivamos com renovada alegria de viver.
Na realidade, o que atrapalhava era aquela necessidade masoquista de curtir a tristeza do amor perdido. Perdiamo-nos nas lembranças dos gostosos momentos vividos, fechando os olhos para a possibilidade de reviver as mesmas alegrias ao lado de outro alguém, esquecendo de que ninguém é totalmente insubstituível, e assim, não podemos ficar eternamente apegados ao amor, tanto quanto à pessoa que um dia amamos. Precisamos esquece-lo para voltar a viver com alegria, mesmo que sempre fique aquela lembrança guardada lá no fundo, pois um amor verdadeiro jamais será esquecido totalmente, mas podemos te-lo como um momento bom vivido, e que já acabou, embora deixando boas recordações, acabou, e a vida continua, e temos obrigação conosco mesmo, de continuar vivendo...
Certamente essa será uma dor mais amena, quase imperceptível. Não mais a querermos a nosso lado, mas a queremos em nossa saudade. Estranho, não? Mas a capacidade de amar nos faz ver que estamos vivos. Então, para melhor nos livrarmos dessa dor, nada como a anestesia de um novo amor.
Uma pequena frase de L’Inconnu:
"Despedir-se de um amor é um pouco despedir-se de si mesmo."
É um fato, pois quando nos entregamos a um amor, deixamos algo de nós junto a esse amor, e ao nos despedirmos dele, seja por qual motivo for, esse algo nosso irá junto.
Exatamente por isso, é que precisamos sempre nos reciclar para continuar vivendo, e a vida sempre será boa, seja com um amor por toda a vida, ou com muitos amores a serem vividos enquanto vivermos.
Como a amizade é a forma mais linda de amor, é que precisamos sempre manter as boas amizades, para não perdermos muitos pedaços nossos, sempre vivendo em paz, e fazendo de cada dia, sempre UM LINDO DIA.

Marcial Salaverry

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