Computador... Coisa do
demo para uns,
a oitava maravilha do
mundo para outros...
Quem estará com a razão?
Osculos e amplexos,
Marcial
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De repente, não mais que de repente
apareceu um tal de computador para mexer com o juízo de quase todo o mundo...
Quase? Sim, porque ainda existem algumas criaturas que não gostam da ideia de
mexer com ele...
Na verdade, nosso querido computador veio
resolver uma série enorme de problemas, que ninguém tinha antes de seu
advento, mas é preciso reconhecer que agilizou os métodos de comunicação,
isso ninguém discute.
Já houve tempo em que as pessoas se
comunicavam à distancia, através de sinais de fumaça, ou através de tambores.
Aliás, os tambores foram os precursores do Código Morse, do qual pouca gente
atualmente tem conhecimento, ou sequer desconfia quem seja esse tal de Morse.
Podemos falar de um outro método de
comunicação à distancia que começa a cair em desuso, mas que ainda é muito
usado, que são as cartas, os telegramas, e um tal de telefone. Talvez alguns
considerem métodos anacrônicos, mas quem não tem acesso a computadores ainda
é obrigado a empregar esse método “archaico” de se comunicar. E ainda é muito
eficaz principalmente quando é preciso uma confirmação de entrega, ou quando
existe algo mais do que palavras para se enviar.
Atualmente os e-mails substituem as antigas
cartas. Existem alguns inconvenientes, pois nem sempre se pode confiar na
seriedade do que recebemos, pois não existe a famosa assinatura. E muita
gente pensa estar recebendo algo de alguém, mas é outro alguém que envia.
Não podemos também confiar na certeza de
que o destinatário vai receber nosso recado, pois os provedores muitas vezes
“enterram” muitos e-mails, que jamais chegam a seu destino. E como surgem
desentendimentos por causa disso, ficando naquele do "mandei e você não
respondeu"... "Não podia responder, pois não recebi..."
Mas... Que fazer? São problemas da alta
tecnologia.
Algo, contudo é indiscutível. O computador
através dos e-mails, e dos derivativos chamados chats, icqs, msns, e sei lá
mais o que, vem funcionando espetacularmente no sentido de formar amizades, e
inimizades também. Conseguimos “falar” e até mesmo falar com pessoas dos mais
longínquos rincões, e até mesmo com vizinhos de casa. Hoje em dia, as mães,
da cozinha, conseguem se comunicar pelo face, para avisar que o almoço tá na
mesa...
Formamos grupos de amigos, conversamos,
trocamos confidências, namoramos e até casamos através da telinha. São
os chamados “amigos sem face, mas com "face"”. Conhecemos, e até
amamos, sem sequer ver as feições. Existem as fotos. Mas
nunca podemos garantir que sejam autênticas, até que o conhecimento físico
comprove a legitimidade da foto.
Simplesmente nos sentamos diante do teclado
e do monitor, e digitamos o que nos vai na alma, e igualmente desejamos saber
o máximo possível a respeito de nossos interlocutores, sem, contudo poder ter
a certeza da realidade da situação, pois tudo pode ser ficcional.
Navegando pela Internet, em sites, chats,
procuramos por alguém cuja afinidade possa ser sentida através da telinha, e
assim vamos formando pequenos grupos de amigos, que tem outros amigos, e
assim esses grupos vão se ampliando.
Sem que haja alguma explicação para isso,
encontramos certas afinidades com determinadas pessoas, com as quais
procuramos estreitar os laços da incipiente amizade.
Entre nós, conversamos e digitamos nossas
aflições, formando um pequeno grupo, tornamo-nos amigos, e sempre queremos o
reconhecimento dessa amizade.
Mandamos beijos e abraços, que talvez
fisicamente não os déssemos e muitas vezes tentamos uma paquera, um romance
com alguém que nos atraia mais. Desnudamos nossa alma, revelamos intimidades.
Somos amigos, mas não sabemos porque. Como podemos explicar esse compartilhar
de sentimentos com pessoas que não podemos ver? Sentimentos que surgem, mesmo
sem o famoso "olho no olho"...
Talvez resida aí o segredo. O fato de não
as termos diante dos olhos elimina inibições, ninguém é tímido, nem mesmo a
mais tímida das pessoas. Diante da telinha tudo se transforma.
Na realidade, todos nós temos problemas, e
sentimos necessidade de os compartilhar com alguém, mas não podemos falar
para as pessoas reais, pelo receio de sermos julgados, de nos trairmos pelo
olhar, ou mesmo por não resistir aos olhares críticos que poderemos receber.
Mas, através do computador, renovamos nossa
confiança, podemos contar tudo. É uma espécie de CVV moderno. Nem mesmo a voz
pode trair nossa real emoção. Se algo nos fizer chorar, ninguém estará vendo.
Salvo pelo Skype, e aí a figura muda de negocio...
Uma verdade é iniludível. Todos precisamos
de uma válvula de escape para nossas emoções, e as amizades “internetárias”,
podem ser as melhores possíveis, por nos permitir tantas coisas.
É certo que muitas vezes encontramos
pessoas de má fé, e que abusam de nossas confiança, e através da
impossibilidade de tomarmos satisfações, muitas vezes causam prejuízos. Mas,
é certo também que fisicamente também somos vítimas de maus amigos... Portanto,
elas por elas... Os “amigos sem face” ainda oferecem vantagem, pois uma
simples tecla Del pode eliminar muita coisa. E uma violência física sempre
machucará mais do que uma virtual.
Apenas em ambos os casos, precisamos saber
selecionar melhor nossas amizades, e mais ainda nossos amores...
Pensando nessas possibilidades, que tal
termos UM LINDO DIA...
Marcial Salaverry
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